A reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, na tarde de 4 de novembro de 2024, terminou sem definições sobre o aguardado pacote de cortes de despesas. O encontro, que começou às 15h30 e se estendeu até às 18h50, reuniu Lula e ministros, incluindo o da Fazenda, Fernando Haddad, e o do Trabalho, Luiz Marinho.
Uma das principais dificuldades para o anúncio dos cortes é a necessidade de restringir reajustes em programas sociais, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o seguro-desemprego. Há forte resistência dentro do governo, especialmente entre membros do PT e outras legendas de esquerda que apoiam a administração atual. Marinho, em declarações anteriores, deixou claro que consideraria sua demissão caso houvesse cortes significativos em sua pasta.
Embora Haddad tenha mencionado a expectativa de que um plano de cortes fosse revelado ainda esta semana, a falta de um consenso resultou no adiamento do anúncio. O mercado financeiro reagiu à incerteza, com o dólar fechando a R$ 5,78, uma queda de 1,48%, enquanto o Ibovespa subiu 1,87%, apesar de movimentos negativos nas principais bolsas dos EUA.
Além disso, Haddad cancelou uma viagem à Europa para se concentrar nas discussões sobre as medidas fiscais. As propostas em elaboração incluem duas PECs que visam controlar os gastos públicos, afetando diretamente programas sociais.
Uma nova reunião está marcada para o dia seguinte, 5 de novembro, onde outros ministérios serão convocados para contribuir com o debate sobre o ajuste fiscal.