A recente formação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza marca um momento significativo na arena internacional, liderada pelo Brasil em sua presidência do G20. A aliança busca unir esforços globais para combater dois dos maiores desafios humanitários: a fome e a pobreza. Com a adesão de 148 membros, incluindo 82 países, a iniciativa já se destaca por seu formato abrangente e potencial impacto positivo.
Inicialmente, a Argentina relutava em participar da aliança, mas posteriormente decidiu aderir, garantindo assim a incorporação de todos os países do G20. Esse movimento veio após o Brasil oficializar a instituição da aliança, destacando sua importância estratégica e o compromisso global com a redução da fome.
Quais são os objetivos desta nova aliança?
A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza visa facilitar a implementação de políticas públicas que já tiveram sucesso em vários países, como o Bolsa Família e programas de merenda escolar. O objetivo central é replicar essas políticas em nações de baixa renda que carecem de ações estruturadas para enfrentar a fome e a pobreza. Além disso, a aliança almeja simplificar o acesso a recursos financeiros, facilitando o desembolso por instituições multilaterais como o FMI e o Banco Mundial.
Como será o funcionamento da Aliança Global?
A aliança permite a participação de membros de três maneiras: como financiadores, como fornecedores de conhecimento através de políticas públicas bem-sucedidas, ou como implementadores desses programas em nível nacional. Essa estrutura busca resolver atualmente iniciativas fragmentadas e muitas vezes lideradas por organizações filantrópicas com impacto limitado. A idealização é de que, ao organizar esforços sob um guarda-chuva comum, será possível alcançar resultados mais eficazes e sustentáveis.
Qual é a relevância da Aliança no cenário atual?
Com 733 milhões de pessoas famintas no mundo, segundo dados da ONU de 2023, a necessidade de uma resposta coordenada e robusta nunca foi tão premente. A aliança representa uma esperança para reduzir esses números, especialmente num contexto onde conflitos e crises climáticas exacerbam o problema. Há uma projeção de alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em áreas necessitadas, ampliando também o alcance de serviços como a alimentação escolar.
Quais são os desafios e esperanças para o futuro?
Apesar do apoio inicial à aliança, desafios permanecem, especialmente na facilitação do acesso aos recursos financeiros necessários. A recente eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos traz incertezas quanto ao apoio americano, dada a habitual resistência de Trump a esforços multilaterais. No entanto, há esperança de que, ao compreender a ligação desses esforços com a redução da imigração, o novo governo possa apoiar essa causa.