Nos últimos anos, a crise do cacau tem afetado tanto grandes produtores quanto marcas menores de chocolate, gerando um aumento significativo nos preços. A escassez de matéria-prima e os desafios climáticos têm transformado a produção de cacau, impactando diretamente o consumidor.
O Impacto Climático na Produção de Cacau
Os dois maiores produtores de cacau, Costa do Marfim e Gana, enfrentam dificuldades devido às mudanças climáticas, como secas e chuvas excessivas, que comprometem a formação das flores e frutos.
Além disso, a falta de investimentos e práticas ilegais, como mineração, tem piorado a situação. No Brasil, especialmente no sul da Bahia, a produção também foi severamente afetada, com perdas de até 40% da produção de cacau, o que contribuiu para o aumento dos preços.
A Escalada nos Preços
O preço da tonelada de cacau disparou, atingindo US$ 12.000 em abril, comparado aos US$ 2.394 registrados no ano anterior. No Brasil, o valor do quilo de cacau especial passou de R$ 40 para R$ 90, afetando tanto grandes quanto pequenos produtores. Marcas de chocolate premium, como as que seguem o modelo “bean to bar” (do grão à barra), que se dedicam a um processo mais artesanal e sustentável, estão enfrentando aumentos de 10% a 12% em seus preços.
O Desafio para as Marcas Menores
Marcas menores, que não possuem o mesmo poder de compra das grandes indústrias, têm sido forçadas a repassar os aumentos de custo para os consumidores. Isso tem tornado o chocolate um item ainda mais premium, mas também menos acessível. A expectativa é que a crise do cacau dure mais alguns anos, mas, mesmo após a estabilização, os preços podem continuar elevados.