Pesquisadores alertam que a poluição e as mudanças climáticas podem reduzir significativamente a eficiência dos painéis solares, colocando em risco as metas de energia limpa até 2030. A Índia, que planeja instalar 100 GW de energia solar até esse ano, é um dos países mais afetados por esses desafios. O estudo realizado pelo Centre for Atmospheric Sciences do Indian Institute of Technology (IIT) Delhi revela que, entre 2041 e 2050, a eficiência dos sistemas fotovoltaicos pode cair 3,3%, o que corresponderia a uma perda de até 840 GWh de energia por ano.
A principal causa desse declínio é o aumento dos aerossóis na atmosfera, que bloqueiam a radiação solar, e as temperaturas elevadas, que comprometem o desempenho das células solares. A Índia já enfrenta o fenômeno do “escurecimento solar”, agravado pela poluição, o que limita ainda mais o aproveitamento da energia solar.
O estudo propõe dois cenários futuros: um com controle moderado da poluição e outro com ações climáticas mais intensas. Os resultados indicam que, em ambos os casos, as regiões mais afetadas serão as redes norte, oeste e sul do país, onde estão concentrados os parques solares. A única exceção é o nordeste, onde o potencial solar pode aumentar devido à redução das nuvens.
Diante desses desafios, especialistas sugerem integrar resiliência climática à infraestrutura solar, com o uso de tecnologias mais avançadas e práticas sustentáveis. Para a Índia atingir sua meta de 500 GW de energia não fóssil até 2030, é essencial combater a poluição e adotar medidas urgentes para mitigar os impactos das altas temperaturas.