Em 2024, o petróleo superou a soja e tornou-se o principal produto de exportação do Brasil. Pela primeira vez em mais de uma década, a oleaginosa perdeu o trono, enquanto o petróleo, impulsionado pela produção do pré-sal e pela alta demanda global, alcançou receitas recordes.
Recorde Histórico e Fatores Decisivos
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a novembro de 2024, o Brasil exportou 85,45 milhões de toneladas de petróleo, um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2023. Isso resultou em receitas de US$ 42,76 bilhões, superando os US$ 42,08 bilhões gerados pela soja.
A liderança do petróleo deve-se a vários fatores, incluindo sua baixa intensidade de carbono. O petróleo do pré-sal brasileiro emite menos CO₂ por barril que o de muitos concorrentes internacionais, atendendo à crescente demanda por produtos mais sustentáveis.
Além disso, a produção nacional atingiu 3,5 milhões de barris por dia em 2024, com projeções de ultrapassar 4 milhões em 2025. Investimentos no setor, liderados pela Petrobras, colocam o Brasil em posição de destaque no mercado global.
A Queda da Soja
Enquanto o petróleo ascendia, a soja enfrentou dificuldades. Uma safra impactada pela seca reduziu os embarques em 1,3%, enquanto os preços caíram 17%. Esses fatores dificultaram a competitividade da oleaginosa no mercado internacional.
Mesmo assim, o setor agrícola prevê uma recuperação para 2025, com aumento de produtividade. No entanto, superar o petróleo será um desafio diante da expansão do mercado de energia fóssil.
Com uma produção crescente e características que o tornam competitivo no mercado global, o petróleo consolidou-se como um ativo estratégico para o Brasil. Apesar das discussões sobre a transição energética, a demanda por petróleo deve permanecer alta no médio prazo.