Uma recente atualização na categorização de automóveis pelo Inmetro no Brasil tem criado um alvoroço no mercado. A nova lista surpreende ao incluir modelos como Fiat Argo e Renault Kwid na categoria de SUVs, enquanto veículos mais robustos como o Jeep Compass são deixados de fora. Essa decisão é baseada em critérios técnicos específicos definidos pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBVE), desafiando o entendimento popular do que caracteriza um SUV.
Tradicionalmente, os SUVs são percebidos como veículos espaçosos e robustos, aptos para aventuras off-road. No entanto, os critérios utilizados na atual classificação não se baseiam apenas na aparência, mas em medidas específicas relacionadas à sua capacidade e eficiência. Isso resulta em surpresas interessantes e uma reavaliação do que realmente define um utilitário esportivo.
Quais são os critérios do Inmetro para SUVs?
O Inmetro estabeleceu um conjunto de critérios técnicos para definir quais veículos podem ser considerados SUVs. Esses critérios incluem:
- Ângulo de entrada de pelo menos 23°, com uma tolerância de 1°.
- Ângulo de saída mínimo de 20°, também com tolerância de 1°.
- Ângulo de transposição de rampa de pelo menos 10°, com uma pequena margem de erro de 1°.
- Altura livre do solo de, no mínimo, 20 cm, com tolerância de 2 cm.
- Altura livre sob os eixos dianteiros e traseiros de pelo menos 18 cm, com uma tolerância de 2 cm.
Contabilizando essas medidas, muitos modelos que se encaixariam na descrição tradicional de SUVs não atendem aos requisitos exigidos e são categorizados em outras classes, como médios ou grandes.
Por que o Fiat Argo é considerado um SUV?
A característica arquitetônica e as especificações técnicas do Fiat Argo surpreendentemente cumprem os requisitos do Inmetro, permitindo que ele seja classificado oficialmente como um SUV compacto. O mesmo se aplica ao Renault Kwid, que, apesar de seu tamanho compacto, atende aos critérios para ser reconhecido como tal. Outros modelos compactos, tradicionalmente vistos como hatches, que agora se encaixam nessa categoria incluem o Citroën C3 e o Renault Sandero.
Os modelos que não atendem aos critérios de SUV
Enquanto modelos como Fiat Argo e Renault Kwid são incluídos, veículos com aparências imponentes de SUVs, como o Toyota Corolla Cross e o Jeep Compass, não cumprem os critérios técnicos do Inmetro e são classificados em outras categorias. Alguns exemplos dessa nova classificação são:
- Médios: Volvo EX30
- Grandes: BMW iX1, Kia Niro, e Honda ZR-V
- Extra-grandes: Audi Q5, Ford Territory, e Porsche Macan
Esses modelos, embora promovidos como SUVs pelas montadoras, não atendem aos padrões estabelecidos e são enquadrados em diferentes categorias.
O impacto das novas diretrizes do Inmetro para consumidores e montadoras
Essas diretrizes não representam apenas uma mudança teórica. Elas influenciam diretamente na percepção dos consumidores e na estratégia de marketing das montadoras. Para as empresas, há um desafio em alinhar os veículos com os critérios, o que pode afetar até mesmo as inscrições fiscais e tarifas aplicáveis. Para os consumidores, entender essas classificações se torna crucial na escolha do veículo adequado às suas necessidades, sobretudo para aqueles que buscam capacidades típicas de off-road.
Com os avanços na tecnologia automotiva, é esperado que mais veículos se enquadrem nessas novas categorias, potencialmente alterando ainda mais o cenário de classificações de veículos no Brasil. O debate sobre essas mudanças está apenas começando e promete influenciar o mercado automotivo nos anos futuros.