Pesquisadores da Universidade de Toronto realizaram um estudo para analisar o impacto da inteligência artificial (IA) na criatividade humana. A pesquisa envolveu testes com os “large language models” (LLMs), sistemas de IA que geram textos automaticamente, e foi realizada em quatro cenários diferentes para medir suas implicações cognitivas.
Os participantes foram divididos em grupos para tarefas de pensamento divergente e convergente. No primeiro caso, precisaram gerar usos alternativos para objetos. No segundo, tinham que encontrar uma palavra que conectasse três palavras dadas. O estudo comparou os resultados de grupos que usaram a IA com aqueles que não a utilizaram.
Os resultados mostraram que, enquanto a IA pode oferecer benefícios imediatos, como auxílio em tarefas, ela tem um efeito negativo a longo prazo nas habilidades cognitivas. Aqueles que não usaram a IA para gerar ideias iniciais tiveram um desempenho superior.
A descoberta mais intrigante foi a homogeneização de ideias. Os participantes que utilizaram a IA apresentaram respostas mais uniformes, e esse padrão persistiu mesmo após interromper o uso da ferramenta. Segundo os pesquisadores, isso pode comprometer a diversidade de pensamentos criativos no futuro.
O estudo foi realizado em ambiente controlado, mas os cientistas planejam aplicar a pesquisa em situações mais naturais, como a criação de histórias criativas. Eles alertam que a homogeneização de ideias pode ter impactos culturais e sociais significativos e pretendem desenvolver novas abordagens para mitigar esse efeito.
A pesquisa levanta questões sobre o equilíbrio entre o uso da IA e a preservação da criatividade humana, especialmente a longo prazo.