Em 2024, o uso de cartões corporativos pelo Corinthians chamou a atenção devido ao montante significativo de gastos acumulados ao longo do ano. De acordo com faturas analisadas, as despesas totalizaram mais de R$ 8 milhões entre janeiro e dezembro, abrangendo itens diversos como viagens, alimentação, e hospedagens.
Essas transações financeiras, realizadas em nome do clube, foram alvo de questionamentos tanto dentro quanto fora da instituição, gerando discussões entre os membros do Conselho de Orientação (Cori) e a diretoria, especialmente em relação à transparência e à justificação dos gastos.
Quais foram os principais gastos com cartões corporativos?
Os gastos significativos do Corinthians em 2024 incluem despesas com hospedagem e refeições em redes de destaque nacional, como o Coco Bambu. O clube realizou pagamentos substanciais durante as viagens do time, com a justificativa de que as refeições serviam aos atletas e à comissão técnica após as partidas.
Adicionalmente, houve despesas com hospedagem no Hotel Fasano para o jogador Memphis Depay, além de outras despesas em estabelecimentos automotivos para manutenção veicular. Essas transações levantaram o debate sobre a necessidade e o gerenciamento desses gastos.
Como o clube justificou o uso do cartão corporativo?
A diretoria do Corinthians explicou que o cartão corporativo é essencial para suportar despesas operacionais relacionadas diretamente às atividades do clube, tanto no futebol profissional quanto em esportes de base. Em situações de bloqueio de contas, esses cartões são uma alternativa para assegurar a continuidade de operações importantes.
No entanto, o clube foi criticado por não fornecer reconhecimento detalhado de todas as despesas ao Cori, o que provocou a abertura de uma investigação sobre a gestão financeira do presidente Augusto Melo, centrando-se na ausência de transparência em certas transações.
Quais foram as consequências internas dos gastos?
Os detalhes das faturas e suas discrepâncias em relação às informações fornecidas pela diretoria resultaram em um relatório crítico do Cori, que destacou várias violações estatutárias, como a não divulgação mensal de demonstrações financeiras e a ausência de aprovações prévias para contratos significativos.
Tais infrações contribuíram para o início de um processo que ameaça a liderança do presidente Augusto Melo, possibilitando seu impeachment baseado em alegações de gestão irregular. O relatório identificou como “gestão temerária” a falta de clareza e conformidade por parte da administração atual.