O ano de 2025 iniciou com preços elevados para o café, similar à conclusão de 2024. O café arábica, especialmente, atingiu recordes impressionantes de preço no mercado, conforme apontado pelas estatísticas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Em janeiro, a saca de 60 quilos alcançou R$ 2.301,60, o maior valor já registrado desde que o monitoramento começou em 1997.
A alta nos preços representa um aumento de 6,8% em comparação com o mês anterior. O fenômeno é atribuído à oferta limitada das variantes arábica e robusta, tanto no Brasil quanto em escala global. Além disso, há um elevado índice de café já vendido pelos produtores nacionais, contribuindo para a escalada dos preços verificada recentemente.
Fatores que Influenciam a Alta dos Preços do Café
O índice crescente dos preços do café tem suas raízes em diversos fatores. As restrições na oferta, causadas em parte por condições climáticas desfavoráveis e mudanças nos padrões climáticos globais, desempenham um papel vital. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar destaca a vulnerabilidade do mercado interno, impactando diretamente o custo do produto final para os consumidores.
Outro fator determinante na alta dos preços é a previsão de colheitas menores em países como o Brasil e o Vietnã, ambos grandes produtores globais. As previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam uma redução de 4,4% na safra brasileira de 2025 em relação à safra anterior, o que deverá manter os estoques apertados e pressionar ainda mais os preços.
Como a Flutuação de Preços Atinge o Consumidor?
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os consumidores enfrentaram um aumento no preço do café torrado e moído de aproximadamente 39,60% ao longo dos últimos 12 meses. O preço médio por quilo, que era R$ 48,90 no final de 2024, é projetado para subir ainda mais, atingindo, potencialmente, cerca de R$ 50.
Especialistas preveem que esses aumentos podem afetar o consumo, desencadeando uma redução na demanda devido a esses picos de preços. Com as expectativas de novos aumentos de até 20% em 2025, alguns analistas acreditam que o consumo poderá declinar, à medida que os consumidores buscam alternativas mais econômicas ou reduzam o consumo de café.