Em meio às dificuldades econômicas enfrentadas por muitos brasileiros, há aqueles que encontram formas criativas de lidar com os desafios, como o humorista pernambucano Paulo Araújo. Residente em Minas Gerais há mais de dez anos, Araújo se destacou recentemente nas redes sociais por um vídeo humorístico abordando o alto custo do café nos supermercados. O artista recorre à comédia para expressar sua incredulidade ao propor uma troca irreverente de seu carro por pacotes de café.
No vídeo, Araújo simula uma reportagem em que é entrevistado sobre a decisão de “trocar” seu veículo. Ele argumenta que viver sem carro ainda é possível, mas ficar sem café é impensável. Tal abordagem ilustra o impacto cultural e econômico que o café tem na vida dos brasileiros, especialmente em um estado como Minas Gerais, conhecido por sua tradição cafeeira.
Por Que o Café Está Caro?
O aumento do preço do café no Brasil nos últimos anos está ligado a fatores climáticos adversos, ao contrário do que muitas especulações apontam sobre motivos políticos ou governamentais. Os desafios climáticos, como a prolongada estiagem que impactou o cultivo de café em 2023 e 2024, são os principais responsáveis por essa elevação de preços. Regiões produtoras enfrentaram uma seca considerada uma das mais intensas e duradouras, afetando diretamente a produção.
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, houve um aumento significativo de 152% no custo da saca de café de 60 kg para os produtores. Essa elevação reflete o impacto devastador da seca prolongada e das altas temperaturas que assolaram as regiões produtoras, comprometendo a qualidade e a quantidade da colheita.
Impactos da Estiagem na Cafeicultura
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg Senar), Antônio Pitangui de Salvo, apontou que o período sem chuvas teve graves consequências para a cultura do café. A cafeicultura, enquanto uma atividade perene, é especialmente suscetível a variações climáticas, com a falta de chuva e as temperaturas elevadas contribuindo para uma redução acentuada na produção. Além disso, as intempéries climáticas anteriores também influenciaram negativamente o setor, com chuvas de granizo danificando a safra em algumas regiões.