O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira (18) um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, agora fixada em 10,75% ao ano. Essa decisão já era esperada pelo mercado e reflete as pressões inflacionárias em meio a um cenário econômico complexo.
Especialistas apontam que a elevação da Selic encarecerá o custo do crédito, impactando diretamente consumidores e empresas. Com juros mais altos, os empréstimos e financiamentos se tornam menos acessíveis, o que pode aumentar a inadimplência entre famílias já endividadas, cujo endividamento total chegou a 47,6% em junho de 2024.
Além disso, essa alta da Selic é vista como um esforço do governo para controlar a inflação, que vem sendo impulsionada pela falta de soluções para as contas públicas e dificuldades em atrair investimentos. O aumento deve desacelerar o consumo e a produção, refletindo em setores como o comércio, e pode resultar em uma possível recessão se os gastos públicos não forem mantidos.
No mercado financeiro, a Selic elevada torna a renda fixa mais atrativa, mas pode desincentivar investimentos em ações. A inadimplência total do sistema financeiro se manteve em 3,2% em julho de 2024, mas há preocupação com um aumento devido ao encarecimento do crédito.
Fatores externos, como a recente redução das taxas de juros pelo Federal Reserve, também podem influenciar o cenário brasileiro, facilitando um fluxo maior de capital para o país. Um dólar mais barato pode ajudar a controlar a inflação, permitindo ao BC uma possível flexibilização da Selic no futuro.