Um novo relatório do Banco Mundial, divulgado recentemente, revela preocupações crescentes sobre a situação econômica dos 26 países mais pobres do mundo. Estes países, que abrigam uma parcela significativa das pessoas mais afetadas pela pobreza extrema, enfrentam desafios financeiros significativos. O estudo indica que, embora o restante do mundo tenha se recuperado da pandemia de Covid-19, essas economias ainda estão lutando para retornar aos níveis econômicos pré-pandemia.
Despiora Econômica e Nível de Endividamento
Os países analisados, conforme o relatório, registram um índice médio de dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de 72%. Este é o maior índice observado nos últimos 18 anos, destacando uma crescente vulnerabilidade financeira. Metade dos países está em dificuldades significativas com a dívida ou em alto risco de enfrentar essa situação. O relatório foi divulgado antes das reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), programadas para ocorrer em Washington, ressaltando a necessidade urgente de encontrar soluções para a crise econômica nesses locais.
Apoio Internacional e Recursos Necessários
Em resposta à crise, o Banco Mundial busca arrecadar US$ 100 bilhões para reabastecer seu fundo de financiamento, conhecido como Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA). Este fundo provê assistência crucial aos países mais pobres, oferecendo doações e empréstimos a taxas de juros muito baixas. Em 2021, a IDA arrecadou um recorde de US$ 93 bilhões, e o objetivo atual é superar esse montante até dezembro. Esse financiamento é vital para permitir que estes países enfrentem os choques econômicos e desastres naturais aos quais estão frequentemente expostos.
Impactos de Conflitos e Desastres Naturais
A maioria dos países listados no relatório está localizada na África Subsaariana, mas também inclui nações como o Afeganistão e o Iêmen. Muitos enfrentam conflitos armados e instabilidade institucional, o que dificulta o investimento estrangeiro e a recuperação econômica. Além disso, esses países costumam ter economias baseadas em commodities, tornando-os particularmente vulneráveis às flutuações de mercado. Entre 2011 e 2023, desastres naturais causaram perdas anuais médias de 2% do PIB, evidenciando a necessidade de maiores investimentos em infraestrutura e em estratégias de mitigação.
As Perspectivas e a Importância do Suporte Contínuo
O economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, destacou a importância do suporte da IDA para essas economias. As contribuições recebidas nos últimos anos foram essenciais para manter muitos desses países operando em meio a adversidades históricas. Entretanto, a situação atual denuncia que o suporte deve continuar e ser fortalecido. Sem um esforço colaborativo global, as taxas de pobreza extrema podem aumentar, e mais pessoas poderão ser lançadas em situações de insegurança econômica.