O ano de 2024 marcou um ponto significativo para o mercado de criptomoedas, especialmente após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Os investidores receberam com entusiasmo as promessas do presidente eleito de menos restrições regulatórias para ativos digitais. Esse otimismo refletiu-se nas cotações, levando uma das maiores gestoras do mundo, a BlackRock, a recomendar uma pequena alocação em bitcoin (BTC) em suas carteiras, variando entre 1% e 2%.
Desde o dia das eleições, o valor do bitcoin subiu mais de 36%, alcançando a importante marca dos US$ 100 mil pela primeira vez. Este patamar é visto como um marco psicológico para os investidores, que antes das eleições viam a moeda cotada a US$ 75,6 mil. Este avanço representa um aumento de 133,41% em relação ao início do ano, quando o bitcoin era negociado a US$ 44,2 mil.
Quais foram os fatores impulsionadores para essa valorização?
O mercado de criptomoedas viu-se impulsionado com o anúncio de novos rumos para a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. O nome de Paul Atkins, escolhido por Trump para liderar a SEC a partir de janeiro de 2025, foi recebido com euforia. A expectativa é de que sua gestão traga alívio ao setor, dado que seu antecessor, Gary Gensler, adotou um enfoque mais rigoroso na fiscalização de empresas de criptoativos durante seu mandato.
Além de mudanças regulatórias, observou-se um crescente interesse entre bancos e corretoras tradicionais em incorporar ativos digitais como o bitcoin e o ether (ETH) em seus portfólios. Esta inclinação tornou-se ainda mais provável graças a um ambiente regulatório que tende a se tornar mais claro e ao avanço da tecnologia, reforçando a confiança dos players do mercado.
Quais são as perspectivas para o mercado de criptomoedas em 2025?
Estudos sugerem que o valor total do ecossistema de ativos digitais pode atingir US$ 3 trilhões em 2025, com uma banda significativa de ênfase nas finanças descentralizadas (DeFi) e na inteligência artificial (IA). A redução das taxas de juros pelo Federal Reserve (FED) e a reinjeção de US$ 16 bilhões no mercado devido a repagamentos da FTX contribuem para um cenário otimista.
De acordo com Vinicius Bazan, CEO da Underblock, 2025 pode reservar um crescimento contínuo no mercado das criptomoedas, especialmente com a continuidade do governo Trump. A consolidação do bitcoin como reserva de valor, em vez de um simples meio de pagamento, deve ser um dos aspectos centrais para este ano vindouro, junto com o avanço das DeFi, que exploram oportunidades de inovação envolvendo ativos do mundo real tokenizados.
Quais desafios o mercado de criptomoedas enfrenta?
Apesar do otimismo, o setor de criptoativos ainda precisa superar alguns desafios relevantes, como a definição mais clara de regulamentações tanto nos Estados Unidos quanto em países como o Brasil. O gerenciamento de riscos permanece uma preocupação constante, e a falta de clareza regulatória continua a ser um obstáculo para investidores mais conservadores.
Outro ponto relevante é a concorrência com outras criptomoedas que disputam espaço no mercado financeiro, como a Solana. No entanto, mesmo diante desses desafios, a participação crescente da inteligência artificial e sua integração com blockchain prometem trazer mudanças significativas, abrindo novas oportunidades para inovações já em 2025.