A taxação dos super ricos é um tema que tem ganhado força em discussões globais e nacionais. No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou recentemente a expectativa de que uma proposta para taxar grandes fortunas seja aprovada durante a cúpula do G20, que ocorrerá no final deste ano no Rio de Janeiro.
Segundo ele, após discussões temáticas entre ministros de finanças dos países do G20, agora o foco está na assinatura do documento pelos chefes de Estado.
A Proposta de Taxação Global
A proposta brasileira, levada ao G20, tem como objetivo implementar uma tributação internacional sobre os indivíduos mais ricos do mundo. A ideia é que, independentemente de onde os bilionários residam, eles sejam obrigados a pagar um imposto sobre sua fortuna.
Segundo Haddad, essa iniciativa enfrenta resistência, já que muitos países apoiam o conceito apenas superficialmente. No entanto, a assinatura do documento no G20 seria um passo crucial para um compromisso global.
O Modelo de Tributação de Zucman
O economista francês Gabriel Zucman, conhecido por seus estudos sobre desigualdade e evasão fiscal, colaborou na criação dessa proposta de taxação. Encomendada pela presidência brasileira do G20, a proposta prevê uma alíquota mínima de 2% sobre a fortuna de bilionários em dólares, o que abarcaria cerca de 3 mil pessoas em todo o mundo.
Estima-se que essa medida geraria uma arrecadação anual de US$ 250 bilhões, que seriam destinados a fundos sociais, combate à pobreza, mudanças climáticas e projetos ambientais.
Haddad reconhece que taxar grandes fortunas não é uma tarefa simples. Ele mencionou que tentativas anteriores em outros países não tiveram os melhores resultados devido à evasão fiscal e fuga de capitais.