O Bitcoin, a maior criptomoeda do mercado, registrou uma queda abrupta de 15%, passando de US$ 108 mil para US$ 92 mil em menos de um mês. A movimentação inesperada gerou preocupações e debates no setor, que agora analisa os fatores por trás dessa desvalorização e suas implicações futuras.
Motivos da Queda
A recente desvalorização está ligada a fatores econômicos globais. Dados divulgados nos Estados Unidos, como o PMI de serviços e o relatório JOLTS, apontaram para uma economia aquecida e um mercado de trabalho robusto. Essa perspectiva elevou expectativas de inflação, reduzindo as chances de cortes nos juros pelo Federal Reserve (FED). Além disso, a ata do FED reforçou preocupações com políticas econômicas inflacionárias esperadas sob o governo de Donald Trump.
Outro fator que intensificou a tensão foi a decisão judicial nos EUA que autorizou a venda de 69.370 Bitcoins apreendidos no caso Silk Road. Estimada em cerca de US$ 40 bilhões, essa movimentação pode gerar uma pressão vendedora no mercado, aumentando a volatilidade.
Reação do Mercado
Analistas apontam que momentos como esse são comuns no processo de descoberta de preços do Bitcoin. Paula Reis, especialista em criptoativos, lembra que movimentações governamentais semelhantes, como a venda de Bitcoins pela Alemanha em 2024, também resultaram em quedas significativas.
Apesar da volatilidade, muitos analistas permanecem otimistas em relação ao futuro. Julian Colombo, diretor de estratégias da Bitso, destacou que a adoção institucional e avanços na regulamentação podem favorecer a recuperação e o crescimento da criptomoeda no longo prazo.
Pedro Fontes, analista do mercado, reforça que quedas como esta fazem parte do ciclo natural do Bitcoin, lembrando que o ativo já superou desvalorizações de 20% a 30% em períodos de expansão. Ele recomenda uma visão ampla do mercado, reconhecendo que recuos são etapas do caminho para novas altas históricas.