A partir de janeiro de 2025, o Programa Bolsa Família passará por um novo pente-fino, com foco especial nas famílias unipessoais, compostas por uma única pessoa. Essa medida visa também a revisão de cadastros desatualizados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
A iniciativa busca atender as metas orçamentárias do governo, que propõe um corte de R$ 2,3 bilhões no orçamento do programa em relação a 2024. Em agosto deste ano, o Bolsa Família assistiu 21,1 milhões de famílias, com pagamentos que totalizaram R$ 14,25 bilhões.
Atualmente, mais de 4 milhões de famílias unipessoais estão cadastradas, o que gerou preocupações no Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão alertou sobre o aumento desse público e as inconsistências nos dados do CadÚnico, que deve ser atualizado a cada dois anos para evitar a perda do benefício.
Leandro Ferreira, presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, comentou sobre a situação, destacando que o aumento das famílias unipessoais não deve levar à criminalização de seus integrantes como fraudadores do cadastro. Segundo ele, a estrutura do auxílio emergencial, que permitiu dois benefícios adultos por família, contribuiu para essa realidade.
Além disso, Ferreira ressaltou que, após a pandemia, a sociedade percebeu que o valor pago era insuficiente, levando o governo a estabelecer um mínimo de R$ 600 como uma quantia mais justa. Com as restrições fiscais atuais, o governo se vê pressionado a corrigir as regras do programa, o que torna a situação ainda mais delicada para os beneficiários.
