Nos últimos anos, o desempenho da poupança tem mostrado sinais de fragilidade. Segundo dados do Banco Central, a caderneta teve resultados positivos em apenas 12 dos últimos 42 meses. Este fenômeno financeiro capta nossa atenção para entender os movimentos por trás dessa instabilidade.
Destaca-se que durante a pandemia de COVID-19, houve uma inversão temporária dessa tendência devido ao depósito do Auxílio Emergencial em contas poupança, conforme explica Marcelo Guterman, especialista de investimentos da Western Asset. Esse foi um período onde o governo desempenhou um papel crucial na mobilização de capital para as famílias de baixa renda.
Por que a poupança teve poucos meses de captação líquida positiva?
Entre abril e julho de 2021, a poupança registrou uma sequência de captações líquidas positivas, a única em mais de dois anos consecutivos, que ajudou a limitar as perdas anuais para R$ 35,5 bilhões. No entanto, 2022 e 2023 foram anos desafiadores, com retiradas líquidas de, respectivamente, R$ 103,2 bilhões e R$ 87,8 bilhões.
Impactos sazonais e fatores econômicos que influenciam os saques na poupança
Janeiro de 2023 marcou o pior mês para a poupança desde o início dos registros em 1995, com uma perda de R$ 33,6 bilhões. Esse mês frequentemente experimenta um aumento nos saques devido aos gastos elevados com impostos, matrículas escolares e despesas de férias, analisa Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira.
Qual é a rentabilidade atual da poupança e como ela afeta a preferência dos investidores?
A preferência pela poupança tem sido afetada pela sua baixa rentabilidade em relação a outras opções de investimento. Com a taxa básica de juros mantida acima de 8,5% ao ano desde dezembro de 2021, a poupança oferece um retorno de apenas 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial), resultando em um rendimento anual próximo de 7%.