Nos últimos cinco anos, o cantor sertanejo Eduardo Costa se destacou como o artista que mais recebeu recursos públicos para realizar apresentações em prefeituras de Minas Gerais. Este é um dado significativo revelado pelo Tribunal de Contas do Estado mineiro, que recentemente disponibilizou informações sobre os valores alocados em shows artísticos entre 2020 e 2024 nas prefeituras do estado.
De acordo com o TCE, Eduardo Costa acumulou um montante de R$ 19.142.701 através de suas apresentações em 65 municípios ao longo deste período. Em 2024, ano de eleições, ele arrecadou R$ 9,6 milhões. As cidades que mais investiram em suas apresentações foram Monsenhor Paulo e Brasilândia de Minas, totalizando R$ 400 mil cada.
Por que Eduardo Costa recebeu tanto investimento?
A importância de Eduardo Costa no cenário musical sertanejo, complementada pela tradição de festas populares locais, contribui para a contratação do artista. Em 2021, em meio às restrições da pandemia, ele realizou apenas um show público em Mato Verde, justificando a contratação como uma comemoração do aniversário da cidade. Essa apresentação solitária naquele ano rendeu R$ 213,5 mil.
Como as prefeituras justificam esses pagamentos?
A contratação de shows sertanejos com recursos públicos levanta questões sobre o uso de dinheiro público. Segundo a Prefeitura de Monsenhor Paulo, a contratação de Eduardo Costa seguiu rígidos parâmetros legais. A Festa de Peão local, evento tradicional, apoiou ações filantrópicas, arrecadando alimentos e recursos financeiros para instituições assistenciais. Assim, enfatizam a importância social e econômica desses eventos para a comunidade.
Quem são os outros artistas que mais receberam?
Além de Eduardo Costa, outros artistas também ocupam as primeiras posições em recursos recebidos através de prefeituras mineiras. Esta é a lista dos dez mais:
- Eduardo Costa: R$ 19.142.701, em 65 municípios
- Leonardo: R$ 16.473.947, em 39 municípios
- Fernando e Sorocaba: R$ 16.034.240, em 65 municípios
- César Menotti e Fabiano: R$ 15.376.432, em 63 municípios
- Barões da Pisadinha: R$ 14.622.340, em 48 municípios
- Gino e Geno: R$ 14.360.950, em 84 municípios
- Amado Batista: R$ 13.434.900, em 58 municípios
- Diego e Victor Hugo: R$ 12.609.850, em 61 municípios
- Clayton e Romário: R$ 11.774.650, em 67 municípios
- Felipe Araújo: R$ 11.453.412, em 58 municípios
Qual é a posição das partes envolvidas?
As prefeituras e o cantor Eduardo Costa ainda não forneceram todas as justificativas completas sobre esses investimentos. No entanto, as prefeituras envolvidas asseguraram que todos os procedimentos obedeceram às normas legais estabelecidas. A controvérsia em torno do uso de recursos públicos para eventos musicais e as consequências socioeconômicas continuam sendo temas de debate entre gestores públicos e a comunidade.