Cientistas chineses desenvolveram uma tecnologia inovadora capaz de extrair urânio diretamente da água do mar, uma descoberta que pode transformar o setor de energia nuclear global. Estima-se que os oceanos possuam 4,5 bilhões de toneladas de urânio, uma quantidade 1.000 vezes maior do que as reservas terrestres, mas com uma concentração extremamente baixa, o que tornava sua extração um desafio técnico e econômico.
A solução encontrada pelos pesquisadores envolve o uso de cera de vela, transformada em partículas de hidrogel porosas. Essas partículas, com uma estrutura semelhante a queijo suíço, capturam íons de urânio da água. As partículas são encapsuladas em esferas de 3 mm, formadas por alginato e ácido poliacrílico, que possuem alta capacidade de absorção e podem ser reutilizadas, o que torna o processo sustentável.
Os testes mostraram resultados promissores. Em água simulada, as esferas extrairam 8,23 mg de urânio por grama, e em água do mar real, o número foi de 4,79 mg por grama. Além disso, as esferas mantiveram 68,8% de sua capacidade após cinco usos consecutivos, o que garante baixo custo e viabilidade comercial.
Com essa inovação, a China e outros países com dificuldades para acessar urânio de alta qualidade podem reduzir sua dependência de importações e aumentar sua autonomia energética. A nova tecnologia tem o potencial de revolucionar a matriz energética global, oferecendo uma fonte praticamente inesgotável de urânio para usinas nucleares e ajudando a reduzir as emissões de carbono, impulsionando a transição para energias limpas.