O setor de shopping centers no Brasil enfrenta um período de vendas abaixo das expectativas, mesmo em um cenário econômico com empregos em alta e baixa inflação. Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), comentou sobre essa situação à CNN, destacando que, apesar dos indicadores operacionais positivos, as vendas não estão correspondendo às previsões otimistas.
Análise do Desempenho das Vendas
Em maio, as vendas nos shoppings registraram um aumento de 1,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior, um progresso após a queda de 7,9% em abril. Entretanto, esse crescimento é considerado modesto. Humai observou que, apesar de a inadimplência dos lojistas e a ocupação dos shoppings estarem em níveis aceitáveis, outros fatores mais profundos podem estar influenciando negativamente o setor.
Um dos pontos levantados é a alta taxa de juros, que encarece as compras parceladas de itens como móveis e eletrodomésticos, produtos que têm um impacto significativo nas vendas dos shoppings. Além disso, o alto nível de endividamento das famílias, especialmente aquelas de renda média, compromete o poder de compra.
Perspectivas Futuras
Apesar das dificuldades, há uma expectativa de melhora nas vendas, impulsionada por um mercado de trabalho mais aquecido e melhores condições financeiras dos consumidores. Contudo, o panorama para o segundo semestre ainda é incerto devido a instabilidades fiscais e políticas, especialmente com as eleições municipais se aproximando.
Humai também ressaltou à CNN a importância da recém-aprovada “taxa das blusinhas”, uma medida destinada a regular as importações desiguais que competem diretamente com os varejistas locais. Essa regulação é vista como um fator potencialmente positivo para as vendas nos próximos meses.
A Abrasce segue acompanhando de perto a situação, buscando entender e enfrentar os desafios que se apresentam, visando à sustentabilidade e ao crescimento do setor de shopping centers no Brasil.