O dólar alcançou R$ 6,27 nesta quarta-feira (18), renovando seus recordes e aumentando ainda mais a pressão sobre o bolso dos brasileiros. Com a economia dolarizada de forma indireta, o impacto é visível em diversos setores, desde a alimentação até o combustível.
Produtos como carne, arroz, leite e óleo de soja já enfrentam aumentos expressivos devido à alta do dólar. O trigo, base do pãozinho, e outros alimentos também sofreram reajustes, pois boa parte da matéria-prima é importada. “O aumento do câmbio reflete em toda a cadeia produtiva, gerando uma inflação cambial difícil de controlar”, explica o professor da FIA Business School, Carlos Honorato.
Além disso, o aumento nos preços dos combustíveis e alugueis também é perceptível. A gasolina teve alta de 8,75% nos últimos 12 meses, enquanto o diesel, essencial para o transporte público e a agricultura, subiu 15%. A pressão sobre o mercado imobiliário também é significativa, com o IGPM, índice usado para reajustar aluguéis, subindo 6,33% em novembro.
A classe mais pobre é a mais afetada, pois não consegue se proteger da inflação. De acordo com o economista Alexandre Maluf, da XP, essa faixa da população sente o aumento diretamente no dia a dia, com menos poder de compra. Enquanto isso, as classes mais altas têm mais margem para se proteger.
O futuro do dólar é incerto. Embora o Banco Central projete uma queda para R$ 5,85 em 2025, analistas divergem e indicam que o câmbio elevado pode impactar a inflação, que pode superar os 5% no próximo ano. Para estabilizar o cenário, especialistas defendem mais clareza nas políticas econômicas.