O dólar comercial registrou sua maior sequência de quedas desde a criação do real, em julho de 1994, com 12 sessões consecutivas de desvalorização frente ao real. Esse fenômeno é resultado de um ambiente externo menos agressivo e da ausência de ruídos locais que influenciam o mercado financeiro. A moeda americana caiu de R$ 6,15 para R$ 5,75 em 2025, refletindo uma mudança significativa nas dinâmicas econômicas globais e locais.
Fatores que Influenciam a Queda
Quatro fatores principais têm sido identificados por especialistas como responsáveis por essa desvalorização do dólar:
Postura Tarifária de Trump: A abordagem menos agressiva do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação a tarifas sobre importações, permitiu um enfraquecimento do dólar. Durante sua campanha, Trump prometeu tarifas elevadas, mas sua postura atual tem sido mais moderada, favorecendo moedas emergentes como o real.
Juros Elevados no Brasil: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou a taxa básica de juros para 13,25% ao ano, tornando os investimentos em renda fixa mais atrativos para investidores estrangeiros. Essa entrada de capital fortalece o real e contribui para a queda do dólar.
Diminuição do Estresse Doméstico: O mercado financeiro brasileiro passou por um período de tensão no final do ano passado devido a incertezas sobre o pacote fiscal do governo. No entanto, a estabilidade política recente e a comunicação mais ponderada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contribuíram para a recuperação do real.
Queda do Risco Geopolítico: A redução das tensões geopolíticas, especialmente no Oriente Médio, com acordos de cessar-fogo, também ajudou a amenizar o risco associado a investimentos em moedas emergentes. Isso se reflete em uma maior confiança dos investidores na economia brasileira.