A proposta de acabar com a escala 6×1, que prevê uma folga a cada seis dias de trabalho, está gerando discussões intensas sobre o futuro das jornadas de trabalho no Brasil.
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) tem mobilizado apoio para uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê uma redução da carga horária semanal para 36 horas, com a adoção de uma escala 4×3 (quatro dias de trabalho e três de descanso).
O Debate Público sobre a PEC
O debate sobre a PEC ganhou visibilidade após um confronto de ideias entre José Eduardo Cardozo, comentarista da CNN, e Alexis Fonteyne, ex-deputado e empresário.
Cardozo defende que a mudança é viável, mas precisa ser realizada com cautela para evitar impactos negativos na produtividade e salários.
Ele acredita que a proposta é válida para promover a discussão pública sobre uma possível redução da jornada.
Já Fonteyne critica a intervenção do Estado nas escalas de trabalho, argumentando que as decisões devem ser tomadas pelas empresas, de acordo com as necessidades de cada setor.
Modelos de Jornada de Trabalho no Mundo
Em muitos países, a redução da carga horária já é uma realidade. Na Alemanha, França e Itália, as jornadas de trabalho são mais curtas, com médias abaixo de 37 horas semanais.
A redução da carga horária tem sido associada ao aumento da produtividade e ao bem-estar dos trabalhadores.
Já na China, as jornadas longas ainda são comuns, mas as mudanças começam a acontecer, com protestos contra as excessivas horas de trabalho, como o modelo “996” (9h às 21h, seis dias por semana).
A Influência da Tecnologia
A automação e os avanços tecnológicos têm permitido que as empresas aumentem a produtividade, mesmo com jornadas mais curtas.
No Brasil, já há experimentos com a semana de quatro dias, mostrando resultados positivos em termos de eficiência e satisfação dos trabalhadores.
A tendência global é de redução das jornadas, refletindo uma transformação nas condições de trabalho em diversas partes do mundo.