A indústria automotiva brasileira enfrenta um cenário desafiador em 2024, com um crescimento acentuado nas importações de veículos leves e uma queda contínua nas exportações. A China se destaca como o maior fornecedor, respondendo por 43,9% das importações do Brasil, refletindo uma tendência que tem se intensificado ao longo do ano.
As importações de veículos leves aumentaram 37,3% em comparação ao ano anterior, enquanto a participação dessas importações nas vendas totais atingiu 18,1% no primeiro semestre, o melhor resultado desde 2014. Um fator importante para essa mudança é o crescimento significativo nas vendas de veículos eletrificados, que subiram 113,1%, com as vendas passando de 57,5 mil para 122,5 mil unidades.
O aumento do interesse por veículos movidos a energias renováveis está ligado a fatores como o crescimento da renda das classes mais altas e as boas condições de crédito. No entanto, o governo introduziu taxações sobre veículos eletrificados importados, que variam entre 10% e 25%, o que pode impactar a dinâmica do mercado.
Dados da Anfavea revelam que os licenciamentos de veículos chineses cresceram impressionantes 290%, aumentando sua participação de 9% para 25% nas importações. Em contraste, a Argentina, uma parceira comercial tradicional, viu sua participação cair de 65% para 47%.
No âmbito das exportações, a situação é preocupante: as vendas de veículos leves caíram 12,2% até setembro, com quedas acentuadas em mercados importantes como México, Chile e Colômbia. O futuro parece incerto, com o aumento das alíquotas de imposto sobre automóveis eletrificados e um câmbio depreciado, elevando ainda mais os desafios para a indústria nacional.