Nos últimos dias, o Banco Central tem intensificado a realização de leilões de dólares à vista para controlar a alta da moeda americana. A medida tem se mostrado eficaz, mas com resultados variáveis. Enquanto na segunda-feira (17) a venda não teve impacto significativo na cotação, na quinta-feira (19), o dólar caiu quase 3% após o segundo leilão do dia.
O Banco Central tem utilizado suas reservas internacionais, que superam os US$ 340 bilhões, para realizar as vendas. Somente na última semana, foram vendidos mais de US$ 20 bilhões, com destaque para os US$ 8 bilhões vendidos em dois leilões no dia 19. A finalidade dessas operações não é estabelecer um preço fixo para o dólar, mas garantir um equilíbrio cambial, especialmente considerando o impacto da moeda forte na economia brasileira.
As reservas internacionais são compostas por títulos, depósitos em moedas, ouro e outros ativos, adquiridos por meio de superávit comercial, investimentos estrangeiros, empréstimos e compras de ouro. O uso dessas reservas para intervenções cambiais, no entanto, tem limites. Caso seja necessário movimentar mais de 2,5% do total das reservas, o diretor de política monetária do BC deve notificar os demais membros da instituição.
A retomada dos leilões de dólar ocorreu em agosto, após mais de dois anos sem essa prática. A intensificação das operações se deu com a recente alta do dólar, que subiu mais de R$ 1 nos últimos dois meses, colocando pressão sobre a economia brasileira.