O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a decisão sobre a possibilidade de uso do Bolsa Família em apostas não será apenas uma prerrogativa da equipe econômica. Na próxima quinta-feira (3.out), ele se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da Saúde, Desenvolvimento Social e Esportes para discutir o assunto. Segundo Haddad, Lula está “inclinado” a não permitir essa prática.
Em paralelo, o ministro afirmou que dialogará com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para avaliar as formas de pagamento em jogos de azar, especialmente em relação ao uso do Pix, que pode ser limitado ou até mesmo proibido.
Nesta terça-feira, o governo planeja divulgar uma lista de casas de apostas irregulares que terão suas atividades suspensas. Os apostadores terão um prazo de 10 dias para solicitar a restituição de valores depositados em sites não credenciados. Já as empresas que estão em processo de credenciamento poderão continuar operando, mas correm o risco de serem excluídas do mercado caso não finalizem o processo até o final do ano.
Haddad também defendeu a necessidade urgente de limitar as formas de pagamento para proteger as famílias, destacando a preocupação com o vício em apostas e suas consequências financeiras. Ele se reunirá com representantes do Conar e da Abert para abordar a publicidade relacionada às bets.
Um estudo recente apontou que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 10,5 bilhões em apostas entre janeiro e agosto, sendo R$ 3 bilhões apenas no último mês. O Banco Central monitora essa situação, preocupado com os efeitos na inadimplência dos consumidores mais vulneráveis.