Com o fim do Carnaval, o mercado se prepara para a próxima grande data comercial: a Páscoa 2025, que será celebrada em 20 de abril. Os ovos de chocolate já começam a aparecer nas prateleiras dos supermercados, trazendo consigo a dúvida sobre os preços deste ano. Será que os valores estarão mais altos? As expectativas para o comércio são cautelosas, especialmente diante do aumento no custo do cacau.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Páscoa de 2024 movimentou R$ 3,44 bilhões. Para 2025, a previsão é de um crescimento mais moderado, considerando os desafios enfrentados pelo setor alimentício, principalmente com a alta no preço do cacau. Apesar disso, o mercado já se organiza para oferecer uma variedade de produtos, desde os tradicionais ovos de chocolate até opções artesanais e personalizadas.
Por que o preço do chocolate pode subir na Páscoa 2025?
O principal desafio para o mercado de chocolates em 2025 é o aumento do preço do cacau, a matéria-prima essencial para a produção de chocolate. Em 2024, o cacau teve uma alta acumulada de 189%, com picos que chegaram a 300% no ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia). Embora nem todo esse aumento seja repassado ao consumidor, é esperado que os ovos de Páscoa fiquem mais caros este ano.
O presidente executivo da Abia, João Dornellas, menciona que cada empresa tem sua própria política de preços, mas admite que haverá impacto no bolso do consumidor. A indústria busca eficiência com investimentos em automação, mas ainda assim, parte do aumento de custos deve ser repassada. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço do chocolate subiu 11,99% nos últimos 12 meses, encerrados em dezembro de 2024.
Por que o cacau está mais caro?
A alta no preço do cacau tem causas globais: crises climáticas e sanitárias afetaram a produção em países africanos como Costa do Marfim e Gana, que são grandes fornecedores da matéria-prima. No Brasil, o cacau também enfrenta desafios. O país, que já foi o maior produtor mundial, caiu para a sétima posição após a praga da vassoura-de-bruxa devastar plantações na Bahia na década de 1980.