Nos últimos meses, uma tendência crescente tem ganhado força entre as mulheres jovens na Suécia: abandonar o trabalho para adotar o estilo de vida “soft girl”. Essa tendência, celebrada nas redes sociais, reflete uma busca por bem-estar e uma vida menos pressionada pelo sucesso profissional.
Vilma Larsson, de 25 anos, é um exemplo dessa nova realidade. Há um ano, ela parou de trabalhar e passou a ser uma “namorada que fica em casa”, vivendo do dinheiro que seu namorado, que trabalha remotamente, lhe proporciona. A jovem compartilha seu estilo de vida em plataformas como Instagram e TikTok, onde acumula seguidores e engajamento.
O conceito de “soft girl” — um estilo de vida focado na tranquilidade, longe das pressões profissionais — tem se espalhado principalmente entre jovens suecas de 15 a 24 anos. Em uma pesquisa recente, 14% das meninas de 7 a 14 anos se identificaram com essa identidade.
A adesão à tendência, no entanto, tem gerado polêmica. Especialistas em igualdade de gênero, como Johanna Göransson, apontam que essa opção pode ser vista como um retrocesso, pois depende da prosperidade financeira do parceiro. Já políticos de direita, como Denice Westerberg, defendem que as mulheres têm o direito de escolher como viver, incluindo adotar um estilo de vida mais tradicional.
Essa mudança também pode ser vista como uma resposta ao aumento do estresse entre os jovens, que buscam um equilíbrio entre trabalho e lazer. Embora a Suécia seja referência em igualdade de gênero, as mulheres ainda enfrentam desafios, como a maior responsabilidade no trabalho doméstico e uma diferença salarial que, embora pequena, persiste.