O reajuste anual dos preços dos medicamentos no Brasil para 2025 traz preocupações para os consumidores e para o setor farmacêutico. Com a publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ficou claro que os aumentos esperados não acompanharão a inflação, o que pode impactar diretamente a acessibilidade dos medicamentos para a população.
Reajustes Abaixo da Inflação
Segundo análises do Banco BBA, o ajuste de preços dos medicamentos deve ficar abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro de 2025. O chamado Fator X, que mede a eficiência do setor, foi fixado em 2,45%, o que indica um cenário desafiador para as empresas farmacêuticas. Essa situação contrasta com os reajustes dos últimos dois anos, que estiveram alinhados com a inflação.
Impacto no Setor Farmacêutico
As ações de empresas como Raia Drogasil (RADL3) experimentaram oscilações no mercado, refletindo a incerteza sobre os impactos desse reajuste. O JPMorgan projeta um aumento médio de 4%, variando entre 2,8% e 5,2%, o que representa o menor repasse desde 2018. Isso pode levar a uma perda de alavancagem operacional para as farmacêuticas, dificultando sua capacidade de lidar com pressões de custos, especialmente em um contexto de inflação crescente.
Fatores de Ajuste
O cálculo do reajuste é complexo e envolve diversos fatores, conforme a Resolução CMED 01/2015. Os fatores Z e Y, que influenciam o ajuste final, ainda estão em discussão. O fator Z ajusta preços entre mercados competitivos e não competitivos, enquanto o fator Y considera a variação da taxa de câmbio e preços de energia. A expectativa é que esses fatores não contribuam significativamente para um ajuste positivo.