Em um projeto inovador, paulistanos estão aceitando ter suas íris escaneadas em troca de criptomoedas. A proposta é promovida pela Tools for Humanity, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI. Os participantes recebem 48 tokens da criptomoeda Worldcoin ao longo de 12 meses, sendo 20 tokens liberados em 24 horas e o restante gradualmente. A moeda pode ser convertida em reais, com valores aproximados de R$ 614 na cotação atual.
O Processo de Escaneamento
Para participar, os interessados devem baixar o aplicativo World App, agendar um horário em um dos 38 pontos físicos em São Paulo e passar pelo escaneamento da íris em um dispositivo chamado Orb. Essa câmera de alta definição tira três fotos (rosto e olhos) e gera um “World ID”, um passaporte digital para provar que a pessoa é humana e única, prevenindo fraudes digitais.
Segurança e Controvérsias
Embora a Tools for Humanity assegure que os dados biométricos são criptografados e apagados após o processo, especialistas em privacidade têm levantado preocupações. Dados como a íris são considerados informações sensíveis, e há questionamentos sobre a transparência do uso e a segurança contra vazamentos.
Nathan Paschoalini, especialista em governança de dados, alerta que o pagamento por informações biométricas pode comprometer a liberdade e a clareza do consentimento, violando princípios da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Além disso, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) já instaurou um processo de fiscalização para investigar o tratamento desses dados.
A ideia por trás do projeto é criar uma rede global exclusivamente humana, protegida contra bots e fraudes na internet. No entanto, os riscos associados ao uso de dados sensíveis destacam a necessidade de maior transparência e regulamentação no setor.