O debate sobre o horário de verão no Brasil reacende preocupações sobre suas desvantagens. O principal argumento dos críticos é a dificuldade de adaptação, que afeta o relógio biológico das pessoas. Um estudo de 2017, publicado na revista Annals of Human Biology, revelou que apenas 45,43% dos mais de 12 mil participantes não relatam desconforto com a mudança de horário. Para cerca de 25%, a adaptação se torna um desafio constante durante todo o período.
As razões biológicas para essa dificuldade são significativas. A alteração do horário impacta a produção de hormônios como a melatonina, que induz ao sono, e o cortisol, responsável pela vigília. Grupos como adolescentes e crianças pequenas são os mais afetados. Os primeiros enfrentam dificuldades em acordar cedo para aulas, enquanto os pequenos necessitam de longas horas de sono e são sensíveis a mudanças de luminosidade.
Outro ponto crítico refere-se ao setor agropecuário. A mudança de horário pode afetar a produtividade, especialmente em gado bovino, que é sensível a essas variações.
Além disso, a desincronização dos horários em um país de dimensões continentais como o Brasil gera complicações. O país possui quatro fusos horários, e com a adoção do horário de verão, regiões como Roraima e Amazonas enfrentam uma diferença de até duas horas em relação a Brasília. Isso torna a realização de eventos nacionais mais complexa.
Em 2018, a necessidade de evitar atrasos na apuração de votos durante as eleições levou o TSE a encurtar o período de horário de verão, evidenciando mais uma desvantagem da medida.