Um estudo recente analisou o perfil da empregabilidade na região oeste do Paraná, revelando um cenário curioso.
A região, que conta com mais de 12 mil vagas de emprego abertas, também possui 74.314 famílias beneficiárias do Bolsa Família, totalizando 203.752 pessoas.
Isso corresponde a quase 16% da população regional. A média dos benefícios recebidos é de R$ 678,43 por mês, injetando R$ 50,4 milhões mensalmente na economia local.
Desafios para a Contratação de Mão de Obra
A pesquisa, conduzida pela Câmara Técnica de Empregabilidade do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), destacou os desafios enfrentados pelo setor produtivo para preencher essas vagas.
Embora a região tenha um PIB robusto, ultrapassando R$ 100 bilhões em 2023, as indústrias locais ainda enfrentam dificuldades para encontrar profissionais qualificados.
Um dos pontos mais intrigantes do estudo foi a alta rotatividade de trabalhadores, com cerca de 25% dos contratados pedindo demissão a cada três meses.
Curiosamente, o salário não foi o principal motivo para essas saídas. Muitos trabalhadores expressaram satisfação com suas remunerações, o que levou os pesquisadores a buscarem outras explicações.
Mudanças no mundo do trabalho contemporâneo, como a convivência de diferentes gerações no ambiente de trabalho, foram citadas como fatores de descontentamento.
Apesar dos salários competitivos na indústria regional, muitos beneficiários do Bolsa Família optam por complementar suas rendas no mercado informal, evitando o emprego formal.
Esse comportamento é visto como um desafio para as empresas, que precisam de políticas públicas para estimular a empregabilidade.
Rainer Zielasko, coordenador do POD, defende a necessidade de programas assistenciais que incentivem a qualificação profissional e a busca por trabalho formal, ao invés de benefícios permanentes.