A Suíça, conhecida por seus Alpes e alta qualidade de vida, é apontada como o país mais caro do mundo para se viver. Contudo, continua sendo uma escolha popular entre brasileiros que buscam melhores oportunidades de trabalho e segurança. Dados do Ministério das Relações Exteriores indicam que 64 mil brasileiros residem atualmente na Suíça.
Com uma população de aproximadamente 8,5 milhões de habitantes, a Suíça atrai estrangeiros devido a fatores como qualidade de vida, poder de compra, segurança e bem-estar social. Cristiane Grab, pedagoga de 47 anos, deixou o Brasil em 2006 e, após quase duas décadas, destaca os benefícios do país. Segundo ela, a decisão de migrar foi aleatória, após apontar um destino no mapa e escolher a Suíça ao invés da Alemanha.
A OCDE revela que 78% dos residentes se sentem seguros andando sozinhos à noite na Suíça. O salário médio também é um atrativo, apesar de não haver um salário mínimo nacional por lei. Em Genebra, por exemplo, a remuneração média por hora é de 24,32 francos suíços (cerca de R$ 135,12), resultando em um salário mensal de aproximadamente 4.864 francos suíços (equivalente a R$ 27.023,46) para uma jornada de 40 horas semanais.
Zurique lidera o ranking das cidades mais caras do mundo, com Genebra em terceiro lugar, conforme o índice global da The Economist Intelligence Unit. O alto custo de vida é compensado pela segurança e organização do país.
Cristiane Grab, ao chegar na Suíça, inicialmente trabalhou como babá e, ao longo dos anos, desempenhou diversas funções até conseguir atuar em sua área de formação. Atualmente, trabalha em uma escola particular em Zurique, focada na educação de crianças com necessidades especiais. Apesar da estabilidade no emprego, ela e o marido planejam se mudar para Portugal em busca de um custo de vida mais baixo após a aposentadoria.
Helena Spina, 28, e Guilherme Araújo, 29, também brasileiros, reforçam os aspectos positivos e desafiadores de morar na Suíça. Guilherme chegou ao país em 2018 e, durante a pandemia, Helena se juntou a ele após buscar abrigo na Itália. Eles vivem em Romont, no Cantão de Friburgo, onde enfrentam desafios culturais, especialmente na formação de amizades.
O casal trabalha em redes de supermercados e, apesar dos salários relativamente altos, enfrentam altos custos de vida. Helena destaca que muitos imigrantes não conseguem contratos de trabalho integral, o que impacta a renda total.
Para manter um padrão de vida similar ao de São Paulo em Zurique, uma pessoa precisaria de cerca de 7.711 francos suíços (aproximadamente R$ 42.840,85), segundo o site Numbeo. O aluguel em Zurique pode ser até 289% maior do que na capital paulista, embora o poder de compra seja significativamente superior.