A Volkswagen vive um momento crítico em seu país natal, a Alemanha, contrastando com os bons resultados obtidos em mercados como o Brasil. Executivos da empresa, incluindo o diretor financeiro Arno Antlitz e o CEO Oliver Blume, reconhecem a gravidade da situação, com o governo alemão oferecendo ajuda para evitar o fechamento de fábricas, algo sem precedentes na história da montadora.
Vários fatores têm contribuído para essa crise. Em primeiro lugar, a Volkswagen enfrenta dificuldades para cortar custos, com planos de reduzir € 10 bilhões que estão atrasados em € 3 bilhões em relação à meta estabelecida para 2024. Para alcançar esse objetivo, a empresa planeja reduzir em 20% os custos administrativos e economizar € 1 bilhão até 2028.
Além disso, a montadora perdeu a liderança em mercados chave, como a China, onde a BYD superou a VW, ampliando a distância entre as marcas. Em resposta, a Volkswagen anunciou 30 lançamentos de novos produtos para o país e criou a submarca ID.UX, voltada para veículos elétricos.
Outro desafio é a queda na demanda por carros elétricos, que afetou todas as montadoras, incluindo a Volkswagen. A demanda tem despencado em mercados como os Estados Unidos e a Europa, levando concorrentes a focar no desenvolvimento de híbridos plug-in, que estão em alta.
Por fim, a Volkswagen é criticada por sua demora em reagir às inovações da concorrência. A montadora, que tradicionalmente é conservadora, foi uma das últimas a entrar no mercado de veículos elétricos, iniciando a produção em série do e-Golf apenas em 2013. Essa combinação de fatores ressalta a necessidade urgente de mudanças na estratégia da Volkswagen para recuperar sua posição no mercado.